14 OUTUBRO

 

 

LINO DAMIANO POFFE (sacerdote)

 

Nascimento: Grezzana, VR - 11/01/1935

Primeira Profissão: 25/09/1954

Profissão Perpétua: 25/09/1957

Ordenação Sacerdotal: 21/06/1964

Falecimento: Negrar - 14/10/2025

Idade: 90 anos

 

Depoimento do Padre Rubens Miranda:

Encontrei-me apenas algumas vezes com o Padre Lino Poffe, mas foram encontros intensos e profundamente significativos.

Guardo no coração a lembrança daquela serenidade interior que brilhava em seu rosto, como se a sua alma vivesse em paz com o tempo e com Deus. Ele era um homem de olhar calmo e palavras comedidas; não falava muito, mas cada silêncio seu era eloquente. A sua presença, simples e discreta, trazia consigo uma bondade silenciosa que se fazia sentir antes mesmo de cada gesto.

Em cada conversa, era possível perceber um coração moldado pela missão e pela vida.

Padre Lino teve o raro dom de tornar simples o essencial e de iluminar a vida cotidiana com uma fé calma e profunda. Ele ouvia mais do que falava e, quando falava, suas frases emergiam de um silêncio orante. Tudo nele era acolhedor: o tom suave da voz, o sorriso discreto, a delicadeza nos relacionamentos. Parecia animado pela certeza de que servir é a forma mais autêntica de amor.

Os irmãos Estigmatinos da Costa do Marfim, com quem mantive um diálogo constante e partilhei momentos de fraternidade na Cúria Geral, em Roma, falaram dele com grande ternura e profunda gratidão. Sempre se lembraram da sua proximidade com as pessoas, da naturalidade dos seus gestos, da sua capacidade de compreender e acolher. Nas suas histórias, emergiu um sentimento comum de admiração: o de um homem atento, respeitador da cultura local, aberto ao diálogo e sensível às pessoas.

A sua missão não era apenas um serviço, mas uma forma de viver o Evangelho na vida cotidiana com simplicidade e profundidade.

Padre Lino era um daqueles homens que não têm pressa, que não competem, que não impõem. Tudo nele seguia o ritmo do coração e a paciência da fé. Viveu com humildade, e partiu do mesmo modo: silenciosamente, deixando atrás de si o discreto aroma da esperança.

A sua memória permanece viva no coração de quem o conheceu – como uma luz serena e fiel, que continua a ensinar, sem palavras, a beleza de uma vida inteiramente entregue a Deus.

Padre Rubens

 

 

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